28 de set. de 2012

Geração Ansiedade




Vejo diariamente uma nova geração que chega ao mercado de trabalho cada vez mais decidida a alcançar patamares elevados dentro de uma organização empresarial, ou seja, almejam cargos do alto escalão, poder de decisão e salários polpudos sem galgarem os degraus necessários para isso.
No fim, acabam por “trocar os pés pelas mãos” e mudam de emprego com enorme frequência e facilidade, sempre alegando falta de motivação, ausência de plano de carreira, ascensão, entre outros. E o pior, todos esses sentimentos num prazo reduzidíssimo de tempo, alguns meses na empresa.
O que antes levava anos para um profissional alcançar, hoje esses “recém chegados” desejam alcançar em poucos meses.
Há quem denomine-os como Geração Y, eu chamo de Geração Ansiedade.

Mas onde está a origem desse comportamento?

Observo que há 3 pontos que contribuem para esse fenômeno:
 
- Pressão da sociedade por sucesso financeiro;

Nunca estivemos tão presos as nossas condições financeiras quanto nos tempos atuais. Hoje as pessoas estão limitadas ao que possuem, ou seja, ao que podem fazer (comprar) com o seu capital.
Incrivelmente há produtos segmentando pessoas. E não me refiro as grifes como era antigamente, no tempo em que bastava vestir um terno Armani que a pessoa era facilmente identificável como pertencente a uma determinada classe/grupo.
Hoje é o culto ao Starbucks, ao iPhone, ao Outback, etc. Um jovem que não possui ou frequenta esses lugares é um excluído cultural.
Virais, memes e outras imediatices bombardeiam a internet de hora em hora. Quem não viu a última piadinha no Facebook ou o vídeo engraçado no Youtube está perdendo tempo com relação aos demais.
Ser adolescente sem dinheiro nos dias de hoje não deve ser nada fácil.
Reparou como a cada década isso cresce?
Nos tempos dos meus avós, não ter as coisas e ser digamos, podre, era comum. Nos tempos dos meus pais, isso já mudou um pouco, mas ainda não havia tanta segregação economico-social. Nos anos de 1980, minha geração, isso começou a mudar e o “ter” começou a prevalecer sobre o “ser”.
No final dos anos de 1990, estávamos totalmente vendidos às marcas e seus produtos tecnológicos.
Com a elevação desse consumismo, nessa curva exponencial, só piorou ano a ano a partir daí. Hoje em dia, “ser” é quase irrelevante comparado ao “ter”. E só se consegue “ter” com dinheiro e sucesso.

- Falta de conteúdos e estímulos ao empreendedorismo durante a formação acadêmica;

Não sou contra os estudos, pelo contrário. Qualquer atividade estudantil é estimulante, agregadora e nos faz crescer como cidadãos.
Mas eu jamais digeri a idéia do formato do ensino, seja ele na fase fundamental, média ou superior.
Por exemplo: Nossa sociedade nos estimulada a sentir necessidade de dominar outro idioma apenas quando já concluímos boa parte dos nossos estudos, o que para mim está errado; A melhor fase para aprendermos uma outra língua (comprovadamente) é quando somos crianças/adolescentes.
Além disso, o formato, o discurso, o cronograma e a metodologia vem trazendo enormes prejuízos. Todas as escolas, faculdades e demais instituições de ensino vem aplicando a carga correta de conteúdo, mas na “dose”, ritmo e alvo errados.
São raros os casos em que alguma pessoa sai realmente "formado", ou seja, pronto para encarar a vida profissional como realmente ela é. Você no seu segmento deve ter observado muitos casos assim, pessoas recém contratadas “querendo mudar o mundo” da noite para o dia, criticando tudo e todos.
Não há estímulo ao empreendedorismo, ou seja, não se cria a cultura de ganhar seu próprio dinheiro criando, inovando ou atuando em seu próprio negócio. Sempre fomos "criados" para trabalharmos para os outros.
O discurso de incentivo a isso foi sempre o mesmo: “As melhores empresas para se trabalhar”, “Programa de trainees”, “Banco de estágios”, "Caça Talentos" etc.
Trabalhar numa multinacional ou ser um funcionário público é o sonho de 9 entre 10 brasileiros.

- Culto ao super-currículo e declínio aos valores da experiência profissional e emocional.

Tanto faz quais foram as suas realizações profissionais, pouco importa o seu controle emocional, sua liderança, seu espírito inovador e proativo;O que realmente vale hoje em dia é o que você cursou e principalmente, onde cursou.
Qualquer empresa dessas “desejáveis” para se trabalhar elegem seus candidatos através de um programa massante e desgastante de bateria de entrevistas, dinâmicas, testes e muito mais. Porém, será unânime a decisão sempre que surgir um cidadão formado pela FAAP (São Paulo) e outro candidato formado na UNIP.
Um pós-graduado pela Harvard Business School e outro pela Faculdade Anhanguera.
Idiomas, pós graduações, mestrados, doutorados, especializações e um caminhão de cursos muitas vezes irrelevantes sempre prevalecerão sobre o conteúdo humano.
Isso tudo explica a quantidade de babacas dentro de empresas tentando encontrar outros babacas para substituir os babacas atuais por julgá-los despreparados para a função.
Seleciona-se, elege-se, opta-se e promove-se pessoas pelo que elas “tem” e não pelo que elas “são”.

Com toda essa pressão, qualquer jovem da [Geração Ansiedade] está pressionado a se adequar a este formato culto-empresarial tão pré-formatado e cruel.

Nota rápida: Reality shows como “O aprendiz” só colaboram para esse formato, babacas avaliando babacas !


4 de set. de 2012

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Ao longo dos anos notei que uma das principais qualidades de um bom profissional é saber lidar com o que recebe como retorno.
Por exemplo: Como ele reage a comentários, críticas, elogios, situações adversas, problemas com clientes, colegas de trabalho, chefes, rotinas, regras, entre outros.

A comunicação nunca esteve tão em alta no ambiente corporativo !

Diante disso pergunto:?
Você já parou para pensar que a expressão “crítica construtiva” talvez nem exista realmente?
Afinal, analisando na prática, toda crítica tem um papel construtivo; Basta a você decidir se vai encará-la como uma besteira que deve ser ignorada ou como algo que vai lhe indicar um novo rumo, uma mudança positiva.

Ou seja, a decisão sobre algo ser construtivo ou não na sua vida/carreira é apenas sua.
Faça os seus erros trabalharem a seu favor. As críticas que você recebe são sempre boas lições para o seu crescimento.

Refletindo sobre isso descobri que não é à toa que os melhores profissionais que eu já conheci na vida são justamente aqueles que possuem histórias reais de superação para contar, os famosos casos de sucesso.

Minha dica: Aprenda algo novo todos os dias !