Começo com uma dica excelente para qualquer profissional:
Realize auto-análises periódicas, detecte suas deficiências e aceite-as. Pesquise
e observe os melhores e atualize-se ao ponto de desenvolver uma maneira de sanar
essas deficiências. Todo mundo pode ser autodidata !
Algumas que eu realizei e deram certo:
Por ter um contato muito precoce com a internet desde os
tempos das BBSs (por volta de 1994), eu utilizava uma linguagem muito
simplificada em qualquer produção de texto, o grande vilão eram as abreviaturas
(ou seriam abreviações?), claro que muito disso pelos meus 14 anos de idade
nessa época.
Diante dessa dificuldade que detectei, alguns anos depois
comecei a esboçar minhas primeiras postagens na internet, produzindo apostilas
e tutoriais sobre utilização de mIRC, ICQ e outras ferramentas recém chegadas
no Brasil, tudo com uma linguagem mais profissional possível. Deu certo, muitos
consumiam esses conteúdos e incrivelmente recebia elogios. Um verdadeiro troféu
para um garoto de 14, 15 anos de idade.
Verdadeiros caldeirões tecnológicos começavam a borbulhar naquela época (desde 1994 até 1996), e por sorte e curiosidade pude acompanhar bem de perto toda essa evolução.
Verdadeiros caldeirões tecnológicos começavam a borbulhar naquela época (desde 1994 até 1996), e por sorte e curiosidade pude acompanhar bem de perto toda essa evolução.
Pouco tempo depois, em 1997, ainda na fase em que a internet
engatinhava no Brasil, alguns amigos e eu começamos a desenvolver sites (em
HTML puro e alguns GIFs), tal sucesso nos abriu algumas portas e em 1 ano já
expandíamos nosso conhecimento em diversas escolas do ensino público do estado
de São Paulo. Isso resultou num convite para apresentarmos nossa técnica na USP
diante de uma platéia enorme, talvez 400 pessoas num teatro grande (claro que para
um novato qualquer platéia é enorme).
Antes da nossa apresentação, assistimos algumas palestras de
profissionais com excelentes discursos, oratórias perfeitas e uma forma mágica
de captar e reter a atenção da platéia.
Ali eu percebi que apenas fazer bem feito, escrever sobre
tal e falar bem não bastavam; Que diante de um público era importantíssimo uma
série da técnicas que iriam além do conteúdo.
A partir daquele dia comecei a fazer uma coisa que faço até hoje, observar os melhores e aprender com eles.
A partir daquele dia comecei a fazer uma coisa que faço até hoje, observar os melhores e aprender com eles.
Ainda no início dos meus estudos técnico/acadêmicos notei
que a minha grande inimiga na carreira seria a timidez. Na época eu possuía uma
grande facilidade para me comunicar entre amigos, mas praticamente “travava”
diante de desconhecidos, imagine como fiquei na apresentação que citei agora
pouco lá na USP.
Após esse trauma refleti sobre essa dificuldade e, dentre 3 opções de emprego que me surgiram eu optei justamente pelo mais difícil para um tímido, dar aulas de informática.
Após esse trauma refleti sobre essa dificuldade e, dentre 3 opções de emprego que me surgiram eu optei justamente pelo mais difícil para um tímido, dar aulas de informática.
Foi assustadoramente ótimo. Desenvolvi formas de lidar
profissionalmente com as pessoas, de me postar e apresentar o que eu precisava
de maneira segura e convincente. Em pouco tempo eu me sentia absolutamente a
vontade diante dos alunos mais diversos possíveis, minha pequena platéia
composta de jovens de 15 anos até senhores doutores em seus ramos de atividade.
Três anos depois, eu me deparei com um novo desafio de
comunicação, organizar melhor as informações em momentos críticos; Pois eu
possuía uma excelente carga técnica mas ainda era difícil improvisar. Com 20
anos de idade, a essa altura eu trabalhava no departamento de engenharia de
aplicações de uma empresa de produtos eletrônicos e automação industrial e
precisava oferecer suporte técnico via telefone ou em visitas técnicas
presenciais sem titubear. Clientes nervosos, calmos, arrogantes, desesperados...em
resumo: Todo tipo de dificuldade. Mais uma vez comecei a observar os melhores
nisso e aprendi muita coisa.
Talvez por observar tanto os melhores vendedores eu me apaixonei
pelo marketing, comunicação, relações corporativas, vendas e design. Ali concluí que a estética, tanto visual
quanto postural, é a mais genial dentre as formas de expressão.
Anos se passaram e segui escrevendo blogs, participando de
fóruns on-line, escrevendo artigos para sites, e principalmente, lendo e
assistindo inúmeros conteúdos a fim de adquirir conhecimentos.
Numa fase mais atual (2010) notei uma pequena dificuldade na
minha fala em momentos em que era necessário pensar/falar, algo bem diferente
de preparar um texto e depois apresentá-lo, por sorte tive contato com um
pessoal com as mesmas paixões do que eu, o automobilismo e rádio. Ali surgiu a
idéia de criarmos uma web rádio sobre o tema.
Mais uma vez o desafio me ensinou muito, aprendi a desenvolver rapidamente um raciocínio e também desviar dele quando necessário, procurar atalhos para referência, entrevistar pessoas de improviso, me abstrair e muito mais.
Mais uma vez o desafio me ensinou muito, aprendi a desenvolver rapidamente um raciocínio e também desviar dele quando necessário, procurar atalhos para referência, entrevistar pessoas de improviso, me abstrair e muito mais.
Para concluir: O sucesso na carreira está ligado a
comunicação. Você pode ser excelente naquilo que faz, talvez o melhor, mas vai
surgir alguém com metade do seu conhecimento que vai ter mais destaque do que
você simplesmente por saber lidar melhor com os desafios da comunicação.
Aprenda o que é melhor para você. Não pense com a cabeça dos outros, não siga receitas prontas.
Um comentário:
Curti muito. Nao sabia que alem de gente boa voce era escritor. Legalllll
Reinaldo
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